FUMOBRANCO
PHASE II
Learn from yesterday, live for today, hope for tomorrow


30/08/2007

FAMÍLIAS CONSEGUEM SUPORTAR!

O Secretário de Estado da Educação minimizou subida de preços dos manuais "Famílias conseguem suportar" Jorge Pedreira foi lacónico na afirmação de que as famílias portuguesas terão condições para suportar um aumento de preços dos manuais escolares inferior a três cafés. O secretário de Estado adjunto e da Educação minimiza uma medida que já gerou polémica. O aumento do preço da totalidade dos manuais escolares num ano é no máximo 1,60 euros, que equivale a“menos de três cafés por ano”, sublinhou o secretário de Estado adjunto e da Educação, Jorge Pedreira, sustentando que as famílias conseguem suportar o acréscimo. Os livros do Ensino Básico vendidos para o ano lectivo que arranca em Setembro próximo têm um aumento de 3,1 por cento face aos do ano anterior, e no próximo ano terão lugar aumentos calculados à luz da taxa de inflação, acrescidos de três por cento para o primeiro ciclo e de 1,5 por cento para os segundos e terceiro ciclos

Fonte: O Primeiro de Janeiro - 30.08.2007

Aumentos e mais aumentos. Chovem os preços altos nos produtos alimentares, combustíveis, taxas de juro, saúde, educação, roupa, sapatos, peúgas, corte do cabelo, táxi, autocarro, metro, dentista, acompanhados de golfadas de desempregados da artéria da pátria lusitana, golpeada sem misericórdia.

Poupar nos cafés, como diz o político acima citado será uma resposta plausível para o facto das famílias portuguesas poderem comprar os manuais escolares para a petizada estudar. Desde que não seja necessário poupar noutra miriade de despesas que, todas adicionadas, dá qualquer coisa como comer espaguete com nada, todas as noites. Deve estar a pensar que o resto do povo vive como ele, ou como os poderosos de resto, afastados da dura realidade nua e crua de uma vida de pobreza de muitos milhares de portugueses. Não esqueçamos que aqui se incluem muitas, muitas crianças e adolescentes, que são quem tomará o país e rumará ao futuro incerto. Insultar alguém porque foi insultado é desculpável, insultar os pobres e desempregados portugueses traumatizados por uma vida de amargura e infelicidade é algo de criminoso. Mas vivamos a nossa vida, "deixa lá", "esses gajos", "esses ladrões", e "prontos", e "alguém devia por mão nisto", já que em bom português nos entendemos. Afinal onde anda o nosso Professor Presidente no meio disto, ele que é a única alavanca capaz de defender o povinho? Não alvitra nada? Não obsta?

A política e o poder andam de mãos dadas com inúmeras oportunidades de riqueza, para todos os envolvidos. Só que esta riqueza, este bolo, é só para esse punhado de pessoas, em exclusividade. As migalhas que caem do bolo somam muito para o resto da escumalha. Se só comermos sola de sapato o ano inteiro, uma colher de café de caviar deve ser algo de excepcional.

Seja porque razão for toda esta riqueza passa sempre ao lado do mexilhão dado que, para este, o mundo onde vive, o seu nível social tem, desde cedo, limites ilusórios concebidos para o manter nesse nível, limitando tudo o que irá conseguir atingir na vida. O sistema está bem montado. E aqueles que conhecem o sistema, como funciona, e conhecem os intervenientes conseguem passar à frente dos outros. Pois este sim é o lema forte da sociedade actual. Como poderei ficar rico, ter poder e passar à frente dos outros sem eles se aperceberem? O poder é só para alguns que o controlam. Para os outros resta viver. Um dia de cada vez.

Ivone Silva, grande artista de teatro e revista portuguesa já falecida, declamava em plenos anos 70, ternamente, durante uma peça de revista, que "estes pombos de Lisboa quem os conhece sou eu". Referia-se aos pobres que viam, à distância, os ricos e os poderosos "pombos" e o "pombo-mor sentado na cagadeira", que dominava todos os outros. Mas quem teme o pior? Não serão certamente os "pombos" no poleiro do poder que voam em circulos cagando tudo e todos.

Outros tempos. As mesmas dificuldades. Já lá vão muitos anos. Foi preciso um cravo no cano da espingarda. Pensava que a lição já estava bem aprendida. Agora é ainda mais caro aprendê-la.

29/08/2007

EUA_MILHÕES DE POBRES

Quase um habitante em cada oito, nos Estados Unidos da América, vive abaixo do limite da pobreza, isto é 36,5 milhões de pessoas em 2006, para além de 47 milhões não terem seguro médico, revelou o inquérito anual do Gabinete de Recenseamento, publicado hoje, noticia a Lusa.
A percentagem de pobreza desceu ligeiramente, pela primeira vez em dez anos, de 12,6 por cento (37 milhões de pessoas) em 2005 para 12,3 por cento em 2006. Contudo, o número de pessoas sem seguro de saúde aumentou, atingindo os 47 milhões em 2006.

Um lar com duas pessoas é considerado na pobreza quando os seus rendimentos são inferiores a 13.167 dólares por ano, segundo aquele Gabinete. Há 12,8 milhões de crianças e jovens com menos de 18 anos na pobreza e 8,7 milhões de crianças não têm assistência médica.

Cerca de 3,4 milhões de pessoas com mais de 65 anos vivem na pobreza. Os resultados do inquérito revelam também grandes diferenças de rendimentos entre homens e mulheres. O Sul do país é mais pobre, nomeadamente os Estados do Mississipi (21,1 por cento de pobres), da Luisiana e também a capital Washington DC. Os condados mais ricos encontram-se também nos arredores de Washington (Fairfax na Virgínia, Montgomery em Maryland).


Os Estados de Maryland, Nova Jérsia e Connecticut, no Leste do país, são os mais ricos em termos de rendimentos por lar. San José no coração de Silicon Valley, na Califórnia, e Plano no Texas (Sul) são as grandes cidades mais ricas, enquanto que Cleveland (Ohio, Norte), Détroit (Michigan, Norte) bem como Miami (Florida) estão entre as mais pobres.


Fonte: Portal de notícias Portugal Diário - 29.08.2007

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09/08/2007

SEM APELO NEM AGRAVO_OS POLÍTICOS E O POVINHO

Sem apelo nem agravo. 84 famílias que ocupavam casas agora destinadas a recuperação pela câmara, na Zona J de Lisboa, foram expulsas à força. Todos para o olho da rua, que já se faz tarde. A polícia sofreu na pele, qual empregado de balcão no aeroporto de Lisboa, o acto de que foi empossada. É mau ser-se mensageiro ou dar a cara pelas decisões superiores, mas o burro e a mula sempre foram animais de carga. Sem os milhares de escravos hebreus as pirâmides do egipto nunca teriam sido erguidas por mais vontade que os arquitectos e respectivo faraó assim o exigissem. Mas divago.

Ler, lado a lado, a notícia de que Luis Filipe Menezes gastará 100 mil euros na campanha interna de candidatura à liderança do PSD e a notícia do chuto na "bunda" nos ocupas fez-me parar e pensar. VERGONHA! Debatem-se dentro de partidos quem gasta mais ou lançam-se reptos aos candidatos de agora e outrora para que que divulguem as suas contas (sem vergonha!). Discutem-se assuntos sem consequência prática, mera diversão dos abastados, perante a trágica situação de muitos portugueses. É como Brincamos.
Ora façamos as continhas sim. Ter um chorudo salário, ter segundos e terceiros salários o que implica o dom da omnipresença, algumas vezes aumentado por uma reforma choruda de qualquer cargo que se ocupou, e falar muito, até faltar saliva no gasganete, sobre os problemas do país para depois sair de BMW e ir jantar ao Gambrinus e passar férias nas Seischelles, é de facto um insulto ao povinho que, tal como as famelgas escorraçadas e sem tecto da Zona sei lá, se desunha para não se passar da tola.
Estes bargantes vivem numa fantasia literária onde a vida é pefumada com channel e a carteira bem recheada de euros. Passa-lhes tudo ao lado. Pois que os gabinetes, assembleias, papéis, discussões, viagens, hóteis, colóquio, almoços e jantares caros e reuniões somam uma vida desafogada e a anos-luz do quotidiano dos seus concidadãos, muitos, muitos, vivendo numa indigência contínua que mesmo sabendo existir aligeiram com uma proverbial pancadinha nas costas dos infelizes, durante as campanhas eleitorais. A plebe, essa, só pode observar essa novela dos ricos pelas frestas da muralha que divide as classes sociais, restando-lhes a ignorância imposta e a sarjeta da vida. Tomei uma decisão: vou ter de parar de dizer mal dos políticos, até mesmo porque eles é que estão bem, ora bolas. Quero ser político! Esterco por esterco, mais vale limpo e com dinheiro!


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