SEM APELO NEM AGRAVO_OS POLÍTICOS E O POVINHO
Sem apelo nem agravo. 84 famílias que ocupavam casas agora destinadas a recuperação pela câmara, na Zona J de Lisboa, foram expulsas à força. Todos para o olho da rua, que já se faz tarde. A polícia sofreu na pele, qual empregado de balcão no aeroporto de Lisboa, o acto de que foi empossada. É mau ser-se mensageiro ou dar a cara pelas decisões superiores, mas o burro e a mula sempre foram animais de carga. Sem os milhares de escravos hebreus as pirâmides do egipto nunca teriam sido erguidas por mais vontade que os arquitectos e respectivo faraó assim o exigissem. Mas divago.
Ler, lado a lado, a notícia de que Luis Filipe Menezes gastará 100 mil euros na campanha interna de candidatura à liderança do PSD e a notícia do chuto na "bunda" nos ocupas fez-me parar e pensar. VERGONHA! Debatem-se dentro de partidos quem gasta mais ou lançam-se reptos aos candidatos de agora e outrora para que que divulguem as suas contas (sem vergonha!). Discutem-se assuntos sem consequência prática, mera diversão dos abastados, perante a trágica situação de muitos portugueses. É como Brincamos.
Ora façamos as continhas sim. Ter um chorudo salário, ter segundos e terceiros salários o que implica o dom da omnipresença, algumas vezes aumentado por uma reforma choruda de qualquer cargo que se ocupou, e falar muito, até faltar saliva no gasganete, sobre os problemas do país para depois sair de BMW e ir jantar ao Gambrinus e passar férias nas Seischelles, é de facto um insulto ao povinho que, tal como as famelgas escorraçadas e sem tecto da Zona sei lá, se desunha para não se passar da tola.
Estes bargantes vivem numa fantasia literária onde a vida é pefumada com channel e a carteira bem recheada de euros. Passa-lhes tudo ao lado. Pois que os gabinetes, assembleias, papéis, discussões, viagens, hóteis, colóquio, almoços e jantares caros e reuniões somam uma vida desafogada e a anos-luz do quotidiano dos seus concidadãos, muitos, muitos, vivendo numa indigência contínua que mesmo sabendo existir aligeiram com uma proverbial pancadinha nas costas dos infelizes, durante as campanhas eleitorais. A plebe, essa, só pode observar essa novela dos ricos pelas frestas da muralha que divide as classes sociais, restando-lhes a ignorância imposta e a sarjeta da vida. Tomei uma decisão: vou ter de parar de dizer mal dos políticos, até mesmo porque eles é que estão bem, ora bolas. Quero ser político! Esterco por esterco, mais vale limpo e com dinheiro!